Na tarde de sábado, 15 de fevereiro de 1941 uma tempestade atingiu a Península Ibérica com uma fúria inesperada. Esta situação meteorológica extrema resultou da influência de uma depressão que evoluiu de forma extremamente rápida para valores muito baixos: uma ciclogénese explosiva. Em Coimbra, a título de exemplo, a pressão atmosférica reduziu de 987,0 hPa para 938,5 hPa em 24 horas. Este evento ficou conhecido como o Ciclone de 1941.

Esta configuração meteorológica foi precursora de uma convergência de ventos invulgarmente intensos que se mantiveram fortes até às primeiras horas do domingo seguinte.

Os registos são escassos, mas aqueles que existem, de um modo geral, referem rajadas na ordem dos 130 a 150 km/h, o que faz desta a mais violenta tempestade a atingir Portugal durante o século XX.

Os jornais dos dias seguintes relatam a tragédia que atingiu o país, de sul a norte, com mais de uma centena de mortos, e prejuízos materiais que deverão ter atingido alguns milhões de euros.

Na Marinha Grande, e no Pinhal do Rei em particular, a tempestade foi intensa, derrubado mais de 150.000 árvores e afetando outras tantas. As estradas florestais ficaram intransitáveis e, na impossibilidade de aproveitar toda a madeira, muita dela acabaria por alimentar os fornos das fábricas de vidro.

Seria necessário decorrerem 72 anos para que outra tempestade com esta dimensão atingisse o Pinhal do Rei: o ciclone Gong, em janeiro de 2013.