Bernardino Barros Gomes (Lisboa, 30 de setembro de 1839 – Lisboa 4 de outubro de 1910), foi um matemático, filósofo, engenheiro e presbítero português.

Nascido numa família de naturalistas, Barros Gomes foi o responsável pela introdução em Portugal dos estudos de ordenamento florestal, procedendo a levantamentos cartográficas de muitas regiões do país.

O seu profundo conhecimento da flora portuguesa, resultado das diversas viagens que fez pelo país, fizeram-no relacionar as espécies florestais com o meio. Elaborou diversas cartas de distribuição das principais espécies florestais reconhecendo, pela primeira vez, o género Quercus como árvores dominantes da paisagem portuguesa.

Em 1866 foi responsável pela elaboração da planta cadastral do Pinhal do Rei.

Chefe da Divisão Florestal do Centro entre 1879 e 1883, a Barros Gomes se deve a criação dos talhões e a abertura dos aceiros e arrifes tal como hoje conhecemos. A ele se deve também a proposta de construção das estradas entre Marinha Grande e São Pedro de Moel, e Marinha Grande e Vieira de Leiria, assim como dos primeiros pontos de vigia.

De acordo com Arala Pinto, “Bernardino Barros Gomes foi o primeiro apóstolo da exploração técnica da floresta, um homem inteiramente dedicado ao trabalho, tenaz e afável. Pontual na chegada ao local de trabalho, dormia por vezes nas casas de guarda para não perder tempo nas deslocações, e partilhava as refeições dos subordinados.

Em 1883, depois de enviuvar, abandonou todas as suas atividades profissionais, recolhendo-se a uma vida religiosa. Faleceu, baleado, durante a implantação da república, na noite de 4 para 5 de outubro de 1910.