Quando uma espécie é transportada do seu habitat natural para outro local diz-se que é uma espécie exótica. São portanto espécies que provém de outros países. A maioria dessas espécies permanecem nos novos territórios sem causar problemas mas, uma pequena parte dessas espécies podem tornar-se invasoras. Ou seja, uma planta exótica nem sempre se torna invasora.

As espécies exóticas que se tornam invasoras têm normalmente características como o crescimento rápido, produção de muitas sementes, facilidade de as dispersar, reprodução vegetativa (sem necessidade de semente), ausência de inimigos naturais, etc. Esta(s) característica(s) dão-lhe vantagens sobre as espécies nativas ou autóctones que em último caso podem ver o seu território muito diminuído ou mesmo desaparecer.

No caso do Pinhal de Leiria, estão presentes espécies exóticas invasoras como a Acacia longifolia, Carpobrotus edulis, Acacia melanoxylon existindo também a Hakea sericea.

A Acacia longifolia, acácias-da-espigas era talvez a espécie mais conhecida antes do fogo, por ocupar já grandes extensões quer, nas margens do ribeiro, quem nas dunas, e mesmo em zonas mais interiores de pinhal. Um só exemplar desta espécie produz milhares de sementes pelo que o banco de sementes existente actualmente no solo não é mensurável. Acresce que a germinação destas sementes é estimulada pelo fogo (espécies pirófitas). Assim sendo, se em algumas zonas do pinhal as acácias, principalmente das espigas, constituíam já um problema, depois do fogo a população tende a expandir-se. A não existência de inimigos naturais, por exemplo herbívoros, é muito abonatória para esse cenário que, requer intervenção precoce.

Texto: SQ. Fotografia: DF