A carreira de Guarda Florestal, tal como a entendemos hoje, terá surgido em 1824 com a criação da Administração Geral das Matas. O regulamento então criado, estabelecia a remuneração devida aos funcionários e legislava a utilização do armamento.
Muito antes, porém, provavelmente desde os tempos medievais, os couteiros palmilhavam as florestas reais, zelando pela sua proteção.
A partir do século XIX, no Pinhal do Rei, os guardas foram sendo colocados em casas florestais, estrategicamente colocadas no perímetro florestal, de forma a fiscalizarem as entradas e saídas de produtos do Pinhal. Cabia-lhes, então, revistar os viajantes e as carradas de lenha, em busca de alguma tentativa de contrabando mas, também, a cobrança do imposto devido à passagem de quaisquer produtos da Mata. Estas funções vinham-se juntar a tantas outras que os guardas já cumpriam desde tempos imemoriais: combate de incêndios, acompanhamento das sementeiras, plantações e colheitas, agrimensura, etc.
Estas tarefas requeriam uma honestidade e carácter para além de quaisquer suspeitas. A conduta dos guardas, em qualquer momento das suas vidas teria que ser sempre irrepreensível para que a sua autoridade jamais fosse posta em causa.
Numa era em que as populações dependiam, em grande medida, dos produtos que o Pinhal lhes fornecia (lenha para o aquecimento ou para a preparação de refeições, caruma para a cama dos animais, material de construção para habitações), a profissão de Guarda Florestal era, simultaneamente, temida e respeitada.
Efetivamente, assim foi durante 120 anos, até 2006, quando o Corpo Nacional da Guarda Florestal foi desagregado e integrado na Guarda Nacional Republicana.